quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury


1º livro lido em 2017
Terminei de ler em 04/01/2017


Acabei lendo Fahreinheit 451 enquanto lia um outro livro, não que este que estou lendo seja chato, mas acontece que a obra de Ray Bradbury é de uma escrita tão fácil e instigante que comecei e termine de ler este livro no mesmo dia. Foi uma das últimas aquisições de 2016, comprei por impulso motivado à algumas indicações sobre esse livro, e confesso que valeu muito a pena.
É um livro muito fácil e cativante, daqueles que lemos curiosos em saber o que mais o personagem principal irá se meter. Fahrenheit 451 trata-se de uma distopia futurística (detalhe o livro é escrito pós Segunda Guerra, 1953), com uma trama bem construída e altamente reflexiva. 
Ao que percebe-se a história se passa nos EUA, porém, a cidade, não é mencionada.
O personagem principal da história é o bombeiro Guy Montag, que vive em um regime estatal totalitário. Neste futuro os bombeiros já não possuem mais a função de apagar incêndios e salvar vidas, muito pelo contrário, o papel deles é justamente iniciar incêndios e quando necessário, repreender ou até exterminar os causadores das respectivas emergências. Possuir e consumir livros, quais quer que sejam, é um crime gravíssimo para o regime totalitário, e o serviço de departamento dos bombeiros é a entidade "reguladora da moral" nessas situações. Os bombeiros são os responsáveis por destruir quais quer livros encontrado através de denuncias.

Montag lida bem com a profissão até certo dia onde ele conhece Clarisse McMclellan, uma jovem vizinha que na trama acaba sendo a responsável por "plantar o gérmen da curiosidade e do ceticismo" em Montag, indagando-o em conversas triviais sobre questões que não são comuns na sociedade, como por exemplo a "questão absurda" se Montag é realmente feliz ou apaixonado pela sua esposa?! Acontece algo ao chegar em sua casa que o deixa meio ressabiado, Montag encontra sua esposa desacordada após ingerir quase um frasco inteiro de "pilulas para dormir", então ele solicita uma unidade especial fornecida pelo Estado, para casos como esse, que são muito comuns, conforme os atendentes que salvam a vida de sua esposa Mildred, dizem para ele enquanto fazem uma lavagem estomacal junto com uma troca de sangue em sua mulher. Mildred, acorda no dia seguinte, Montag conta o que acontecera, mas Mildred não se importa muito, está mais preocupa com a programação da TV. Situação essa que deixa Montag bastante pensativo e a se indagar com coisas que antes não o preocupava.

Montag começa a perceber então que não é capaz de lembrar quando e onde foi que conhecera sua esposa Mildred, nem de responder com convicção se é uma pessoal feliz, na sociedade em que vive, onde felicidade é algo muito comum nos discursos todos. Literalmente, Clarisse faz com que Montag acabe caindo e si, fazendo-o começar a perguntar se que o que faz no seu trabalho, queimar livros é algo realmente bom para o bem geral da sociedade.

Certo dia Mildred e seu capitão Beatty contam que Clarisse havia morrido atropelada, e que ela e a família dela eram investigados pelo governo por serem questionadores demais. Outro fator determinante que o faz questionar se seu trabalho é realmente algo benéfico, é quando em serviço, Montag e seus companheiros atendem um chamado do dever, onde se veem numa situação de incendiar a casa de uma senhora com uma biblioteca clandestina, e ao tentar salvar a vida da senhora, esta se recusa, preferindo morrer queimada junto com seus livros. Aquilo se torna um absurdo para Montag, que começa a prestar atenção no mundo a sua volta, Montag sai do automático e começa a querer pensar por conta própria, porém não é algo muito simples ir na contra-mão de tudo que lhe foi imposto no regime totalitário que vive. Surge então na trama o personagem de Faber. um senhor que Montag suspeita ser um leitor, Faber é o personagem que ajuda a organizar os pensamentos de Montag, que agora passa ser perseguido por seu chefe Beatty. 

Não irie tratar aqui da história completa, pois a leitura desse livro se trata da um reflexão de como é importante se desgarrar do senso comum imposto sobre quaisquer circunstâncias. Principalmente em uma sociedade que por deliberação própria decide abolir livros/literatura de suas vidas, usando do pretexto de que livros trazem a inquietude, questionamento, aprendizado que precede desconforto, dor, reparação, lembrança de que ter consciência de si e de seus sentimentos é também um impeditivo para o prazer, de que tudo que a sociedade almeja é distrações, lazer e sobre tudo felicidade. Fahrenheit 451 tem uma trama muito inteligente e cativante. Foi um livro que gostei bastante de ler e que certamente indicarei.

Artur César
Post Scriptum
neste 04/01/2017

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